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43. SÉTIMA ALMA

Foto do escritor: E. J. Eluan JrE. J. Eluan Jr

Atualizado: 1 de ago. de 2021

- Vocês... vão apagar minha memória... não sei... não sei se isso... é bom... – balbucia Monsenir, que passou a experimentar um certo estado inusitado de torpor enquanto Veothar falava tudo pausadamente, muito mais para sua mente que para seus ouvidos, hipnotizada por alguma tecnologia. Tecnologia do ponto de vista meta-humano, magia/milagre do ponto de vista humano.


O meta-humano estende a mão esquerda na direção de Monsenir. Nada se vê entre Anoriah e o chefe interino, mas Monsenir é tomado por um sono incontrolável depois deste gesto. Está de joelhos, e logo senta-se, e logo deita-se, recostando o corpo num largo tronco de árvore que lhe serve de cama, tudo lentamente.


Mas algo inusitado, até mesmo para o meta-humano e para Veothar, começa a tomar forma. O ambiente, para suas mentes, está mudando. Torna-se dia inesperadamente. Monsenir já está inconsciente, mas Anoriah e o velho mensageiro do divino presenciam esta mudança.


- Está acontecendo em nossas consciências. Alguém... Estão projetando uma ilusão visual... Não sei se você consegue ver ... – diz Anoriah.


- Consigo. Estão acessando minha mente. Mesmo cego, consigo ver o que projetam. Mas não te preocupa! – Veothar acalma o meta-humano. – Conheci esse poder quando cheguei aqui em Insag. Todos que tentam invadir Insag são afugentados por isso. Eles criam ilusões. Mas dessa vez é diferente, não é agressivo.


Na alucinação compartilhada pelos dois, é dia. Estão no meio da floresta. E ouvem barulho de árvores, farfalhar de folhas, barulho de passos de gente que se aproxima.


- Alguém lá de baixo está nos passando uma mensagem – arrisca, atento, apesar dos olhos fechados, Veothar.


O barulho se intensifica. É a imagem de Marieh que surge por entre as árvores. E para, em frente aos dois. Veothar e Anoriah ficam apreensivos, quase não respiram. Fitam a menina. Ela, por sua vez, está serena, não esboça reação. Os dois homens sabem que é uma ilusão, mas sabem também que é provocada pelos Escorpiões. Então qualquer coisa poderia acontecer.


Era algo parecido com no sonho de Monsenir. E como naquele sonho, nessa ilusão, o barulho de gente se aproximando continua, forte. E a figura grande do sartânio aparece para eles e se coloca ao lado de Marieh.


Por instinto, o meta-humano se coloca em prontidão. Saca, de um compartimento em seu braço, uma empunhadura de lança, de uns 20 centímetros. Subitamente estende duas hastes longas metálicas e de ponta perfurante em cada extremidade. Seu elmo muda também para uma aparência metálica e opaca. Estava em posição de combate.

Veothar, ao ouvir a movimentação de Anoriah, imediatamente levanta-se e ergue a mão em sinal de reprovação.


- Espera! Não é o que pensas! – fala Veothar.


Então observam algo inusitado. Como no sonho de Monsenir, Marieh toma a atitude de segurar a mão do sartânio, em sinal de amizade.


- Olha, presta atenção! É uma mensagem. Ele veio em paz. Ele tem alguma ligação com a Marieh. É um sinal! Um sinal de aliança. E veja, o braço. Está pintado do mesmo azul da luz de teu elmo. É outro sinal! É a forma que encontrou de se comunicar. A mesma forma que se comunicou com Monsenir. Ele já tinha tentado se comunicar conosco, mas tínhamos rechaçado e interrompido. Agora o vemos. Este é o sartânio. É a sétima alma de nossa aliança.


 

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